Piauí tem menor gasto com Segurança Pública do Brasil

Valor per capita durante governo Wellington Dias é o menor entre todos os estados brasileiros segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública.

Luís Correia, município de 30 mil habitantes no Litoral do Piauí, vive uma onda de violência sem precedentes. Somente nos últimos três meses, foram registrados 10 homicídios. Entre os crimes violentos, o de uma empresária  executada dentro de um shopping da cidade, um funcionário da empresa Equatorial, um advogado, um lavrador e, há dois dias, mais uma execução.

Dias prometeu acabar com a violência na campanha ao governo em 2014

A sensação de insegurança cresceu e tomou conta da população do litoral e de todo Piauí nos últimos anos. Políticos assistem ao crescimento da violência e nem tocam no assunto.

Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública apontam que o Piauí é o estado que menos investe em segurança. Em 2020, foram gastos R$ 239 reais per capita. O valor é menor do que o investimento de 2016. Naquele ano, foram R$ 250 reais per capita investidos.

Violência cresceu no governo Wellington Dias

Em 2015, primeiro ano do terceiro mandato do então governador Wellington Dias, foi investido apenas R$ 89,00 per capita em segurança. Apesar disso, o número de mortes violentas intencionais foi o menor dos últimos sete anos. No ano de 2014, foram 575 homicídios no estado, mesmo gastando pouco, o ano seguinte foram registrados 512 crimes violentos intencionais, ou seja 11% menor.

Em 2018, Wellington Dias anunciou que havia multiplicado por 12 os investimentos em Segurança Pública em quatro anos. Era o ano de sua reeleição. O gasto, de R$ 89,00 no primeiro ano do seu terceiro mandato saltou para R$ 247,00 per capita. Mas os investimentos pararam por aí. Desde de 2015, os valores permanecem os mesmos e são corroídos pela inflação.

Segurança Pública não foi prioridade do PT

Se considerarmos a inflação ano a ano acumulada no período de 2015 a 2020, de 32,45%, o gasto per capita real em relação a 2014 é de R$ 154,00. Na conta do governador, o aumento foi de 12 vezes, na realidade, foi de 73%. Seis anos depois, a inflação corroeu os investimentos em Segurança Pública.

O que cresceu mais do que os investimentos em Segurança Pública foi a arrecadação do Estado. Em 2015, ano que Wellington Dias gastou apenas R$ 89,00 per capita com segurança, seu governo arrecadou pouco mais de R$ 3,8 bilhões. Em 2020, a arrecadação própria do Estado foi de R$ 5,3 bilhões.


Infográfico: gastos com segurança Pública
Infográfico: Piauí em último lugar em investimento per capita em Segurança

Somente com um contrato de locação de veículos, em 2021, o governo Wellington Dias previa gastar R$ 11 milhões de reais. O governador adotou a política de alugar viaturas ao invés de comprá-las.

Estado arrecadou mais e investiu menos em segurança

Seus últimos dois governos falharam em melhorar a Segurança Pública no Estado. Wellington Dias gastou mais e mal. E não atualizou os investimentos, que não acompanharam o crescimento da receita. O resultado foi a explosão da violência e facções criminosas avançando.

Todas as soluções tomadas pelo governo, inclusive a realização de concurso para Polícia Militar são medidas que não resolvem o problema, mas servem muito bem para produzir matérias na imprensa e comerciais de televisão.

Défict de Polícia Militares no Piauí: problema antigo não resolvido

O déficit no contingente de PM’s no Estado é de 32%. em média, o Piauí tem um policial militar para cada 597 habitantes. A Organização das Nações Unidas aconselha um para cada 250. Para se ter uma ideia da ineficiência das políticas públicas em Segurança de Wellington Dias, antes da realização do Concurso Público para a Polícia Militar, o efetivo era de 5.335 policiais.

Quase 20 anos depois de sua primeira eleição para governador, Dias fez um outro concurso, no ano passado, na véspera de sua tentativa de se eleger para o senado e eleger seu sucessor no governo do Estado. Com o Concurso, o efetivo Militar passa a ser de 6.680 homens. Wellington deixou o governo com um déficit de 3.198 policiais militares.

Considerando seus 16 anos em mandato de governador, ele precisaria ter contratado em média 312 policiais Militares por cada ano de seu mandato e o problema do efetivo não existiria mais.

Wellington Dias prometeu segurança em 2014

Quando concorreu ao terceiro mandato de governador pelo PT, em 2014, num dos programas eleitorais, Wellington Dias usou o relato de um taxista para dizer que nos seus mandatos anteriores, o Piauí era mais seguro.

Oito anos depois esses são os número reais:

As mortes violentas por crime saltaram de 512 em 2015 para 780 em 2021. O déficit de Policiais Militares permanece na casa dos 30%. O gasto per capita em Segurança Pública não acompanhou a atualização da inflação e são equivalentes aos de 10 anos atrás. O crime organizado tomou conta do Estado. Cidades do interior sofrem com uma onda de violência sem precedentes.

Ao final daquele programa eleitoral, o então candidato prometeu: “Que a delegacia tenha não só o delegado, mas tenha o quadro necessário em condição de atendimento 24h”. Oito anos depois, são cerca de 100 delegados para 224 municípios.

Veja o que prometeu Wellington Dias em 2014

Em vídeo da campanha de 2014 para o governo, o então candidato petista defendia seu modelo de segurança pública. Esse ano o líder do PT no Piauí renunciou ao cargo de governador para disputar a eleição do Senado ao lado de Lula.

Com Informações do Jornal Diário do Povo

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