O dólar americano alcançou nesta segunda-feira (4) a cortação de R$ 4,93. A alta foi impulsionada por um rombo histórico nas contas públicas e incertezas fiscais. Enquanto isso, o euro experimentou uma queda, atingindo R$ 5,31, influenciado pelo crescimento acima do esperado do PIB brasileiro no segundo trimestre de 2023.
Déficit primário em foco
O déficit primário, que representa a diferença entre as receitas e despesas do governo, atingiu um valor recorde de R$ 114,5 bilhões em julho de 2023. Este é o maior valor para o mês desde o início da série histórica em 1997. A situação é fruto de uma combinação de fatores, incluindo a queda na arrecadação tributária e o aumento dos gastos com a Previdência Social.
Incertezas orçamentárias
A alta do dólar também foi alimentada pelas incertezas em relação ao orçamento de 2024. O governo federal deve apresentar o projeto de lei orçamentária até o final deste mês, e há uma expectativa de que o texto traga uma ampliação dos gastos em relação a este ano. A meta de zerar o déficit primário é vista como improvável pelos analistas.
Euro em queda
Por outro lado, o euro caiu para R$ 5,31, uma reação aos resultados positivos do PIB brasileiro no segundo trimestre de 2023. O PIB cresceu 1,0%, superando as expectativas dos analistas, que previam um crescimento de 0,8%. O setor de serviços foi o principal responsável por esse crescimento, com uma alta de 1,2% no período.
Perspectivas futuras
A expectativa é que o dólar continue pressionado nos próximos meses devido à incerteza fiscal e à perspectiva de aumento da inflação no Brasil. O euro, entretanto, deve se valorizar em relação ao dólar, impulsionado pelo crescimento econômico brasileiro.
Enquanto o dólar é pressionado por um déficit primário recorde e incertezas fiscais, o euro encontra espaço para recuar graças ao crescimento do PIB brasileiro. Ambas as situações exigem atenção e podem ter impactos significativos na economia nacional nos próximos meses.